quinta-feira, 25 de abril de 2013

Terror aumenta nos transportes coletivos de Fortaleza

Número de assaltos a ônibus cresce 394% na Grande Fortaleza


 De janeiro a março de 2013, foram 579 casos, 394% a mais do que no mesmo período do ano passado. São mais ocorrências do que 2012 inteiro
Utilizado por mais de um milhão de pessoas diariamente, o transporte coletivo da Grande Fortaleza virou sinônimo de vulnerabilidade à violência. Em apenas janeiro, fevereiro e março, 2013 já registrou mais ocorrências de assaltos a ônibus (579 casos) do que em 2012 inteiro (557). De um trimestre para o outro, o aumento foi de 394%. (ver quadro)
Os dados constam em balanço divulgado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) ontem, um dia após o motorista César Carlos Matos, 44, ser atacado por dois adolescentes na Praia do Futuro e receber um tiro no olho, durante assalto. Encaminhado ao Instituto José Frota (IJF), ele passou por cirurgia. O estado é considerado grave. Os dois jovens foram apreendidos e levados à Delegacia da Criança e do Adolescente.
O inchaço estatístico desafia os investimentos que o Sindiônibus diz ter feito para o controle e a segurança dos veículos. Em oito anos, o empresariado fala em R$ 30 milhões aplicados na instalação de câmeras, GPS e fixação de cofres para diminuir a quantidade de dinheiro manuseada pelos cobradores.
A quase quintuplicação dos casos de um trimestre para o outro também põe em xeque a logística policial para combater esse tipo de crime que, conforme O POVO mostrou em 19 de março, é constante até nas linhas que rodam apenas de madrugada.
A categoria relata cenários de até sete assaltos numa mesma linha num mesmo dia. Motoristas e cobradores dizem trabalhar sob tensão. “A audácia é tão grande que os bandidos chegam a tirar o cobrador da cadeira e ficam no lugar dele recolhendo o dinheiro dos passageiros. O medo é grande”, relata o diretor do sindicato dos trabalhadores (Sintro), Valdir Pereira.
Siqueira e Conjunto Ceará são apontados como bairros/terminais críticos. “Eles batem nos profissionais. Virou cenário de faroeste. Está inviável e os motoristas estão abandonando a profissão. Não existe mais aquela coisa de passar de pai para filho”, revela um outro diretor do Sintro, Geraldo Lucena.
Praia do Futuro e Caça e Pesca também são consideradas regiões problemáticas. O mesmo vale para a avenida Sargento Hermínio. “Como o motorista faz a mesma linha todo dia, os assaltantes conhecem e ameaçam. Dizem que, se forem presos, saem logo e voltam pra matar. Nesses assaltos, os cobradores e motoristas ficam sob a mira de armas. E muitos deles (assaltantes) estão drogados. É um perigo”, delatou um agente.
Presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira garantiu que tomará providências e deve acionar a Secretaria da Segurança. “Vamos avaliar o que pode ser feito para amenizar a situação em curto prazo.” O POVO tentou falar com a Secretaria e com o Comando da PM, mas nenhuma das oito ligações foi atendida até o fechamento da matéria.
 FONTE: O Povo

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