quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Guarda que assassinou namorada é condenado

11/8/2010
 
Após sete horas de julgamento, o réu foi condenado a 21 anos e nove meses de prisão por homicídio e aborto

"Ela me xingou, me deu dois tapas. Foi aí que perdi o controle e saí de mim. Peguei a tonfa e comecei a agredi-la".

A confissão foi feita, ontem, pelo guarda municipal de Fortaleza, Francisco Sávio Paiva Torres, 25, durante seu julgamento em que acabou condenado a 21 anos e nove meses de prisão pelo assassinato da namorada, a estudante universitária Suhelen Costa Rebouças, que, na época do crime (novembro de 2008) tinha 19 anos e estava grávida de dois meses.                                                                                               

O julgamento lotou uma das salas do Júri Popular no Fórum Clóvis Beviláqua durante toda a tarde e começo da noite de ontem. A sessão, que começou por volta de 13h45, se estendeu até as 21 horas, quando o juiz de Direito, José de Castro Andrade, titular da Terceira Vara do Júri da Capital, leu o veredicto diante do réu, do promotor, advogados e das quatro mulheres e três homens que formaram o Conselho de Sentença.

Traição
Em seu interrogatório diante do promotor Humberto Ibiapina, o guarda foi enfático ao alegar que, durante todo o seu convívio ao lado da universitária, o casal rompeu e reatou o namoro por diversas vezes, por conta de brigas motivadas por ciúmes e desconfiança de traição.

O crime ocorreu por volta das 5h30 do dia 16 de novembro de 2008 na casa dos pais de Sávio, no Conjunto Ceará, onde ele morava junto com a namorada. O acusado usou uma tonfa (cassetete) para golpear a namorada várias vezes. Em seguida, enrolou o corpo de Suhelen num lençol, tomou banho, se despediu da mãe, Antônia Miranda, e fugiu da cena do crime.

"Mãe, eu te amo muito. Vou sair. Chame a Polícia", disse Sávio antes de desaparecer.

Tapas
Ao contrário das primeiras informações dando conta de que a universitária teria sido morta quando dormia, o guarda assegurou diante dos sete jurados e do promotor que, passou a espancar a namorada depois que esta desferiu tapas em seu rosto, ao mesmo tempo em que o xingava e afirmava que ele "só servia mesmo era para ser c...", numa suposta confissão de que realmente traía o namorado. O réu disse também ainda que desconfiava de que o filho não era seu. Após o crime ele fugiu de Fortaleza e foi se esconder na casa de parentes, no Interior do Estado, onde tentou suicidar-se com uma corda no pescoço. "Se hoje estou aqui, mesmo numa situação constrangedora, diante de um Júri, é porque posso dizer que Deus existe", alegando que, por muito pouco, não deu fim à própria vida. Na hora em que já quase não respirava, se arrependeu e conseguiu se livrar da corda. Exame de DNA no feto comprovou que o filho que Suhelen esperava era dele.

O Júri decidiu que Sávio praticou homicídio qualificado e aborto. A defesa pode recorrer, mas Sávio continuará preso.

PROTAGONISTA
Grávida

Suhelen Costa Rebouças

A estudante universitária foi morta na manhã de 16 de novembro de 2008. Na época, ela tinha 19 anos de idade e estava grávida de dois meses. Exame de DNA comprovou que o filho que ela esperava era do acusado

FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA

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