quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Caso Iguatú: Diário publica a expulsão de oficial

11/8/2010

Agora é definitivo. O Diário Oficial do Estado do Ceará (DOE) publicou o ato de expulsão do capitão PM Daniel Gomes Bezerra, acusado de ter praticado um duplo homicídio na cidade de Iguatu (a 385Km de Fortaleza), em março de 2007, tendo como vítimas os irmãos Leonardo e Marcelo Moreno Teixeira, acadêmicos de Medicina. Depois de vários recursos impetrados pela defesa do réu, a expulsão agora foi homologada. O julgamento de Bezerra, no entanto, ainda não tem uma data definida para sua realização.

Com a expulsão já publicada no Diário Oficial, Bezerra agora tornou-se civil e, portanto, não poderá mais ter direito à prisão especial em uma das unidades da corporação. No entanto, até ontem, ele permanecia recolhido na sede do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque), na Rua Antônio Pompeu, Centro.

Crime
O assassinato dos dois irmãos repercutiu em todo o Ceará. Os jovens foram mortos com tiros de pistola durante uma luta corporal com o militar, que estava de folga e à paisana. Segundo os autos do inquérito, a briga entre o oficial e as duas vítimas teria ocorrido por motivos banais. O militar teria partido em direção aos estudantes porque estes estariam urinando próximo ao carro do oficial e onde estava uma filha da companheira dele. Na discussão, o capitão - então comandante do destacamento da PM de Mombaça - teria sacado a arma e esta disparou. A versão foi narrada por Bezerra ao se apresentar, espontaneamente, horas depois do crime, na delegacia de Polícia Civil da cidade de Jaguaribe, para onde fugiu de carro.

Com prisão preventiva decretada pela Justiça logo no dia seguinte ao duplo homicídio, o então capitão Bezerra foi recolhido, por ordem do Comando-Geral, ao quartel do BpChoque, onde é mantido até hoje.

Protesto
A família dos rapazes assassinados tem feito constante pronunciamentos acerca da demora da Justiça em realizar o julgamento do ex-militar. Segundo a assessoria de Comunicação Social da Polícia Militar, a demora na expulsão do oficial deveu-se aos recursos impetrados pela defesa. Mas a família também denuncia que, mesmo estando oficialmente preso, Bezerra teria regalias dentro do quartel.

Em sua defesa, Bezerra alegou ter reagido quando era espancado pelos dois estudantes. Mesmo condenado, ele poderá recorrer da decisão da Justiça, mas deverá ser colocado em um presídio comum.

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