domingo, 15 de agosto de 2010

1.223 armas são apreendidas pelo Ronda

15/8/2010


Trabalho da Polícia Militar tenta reduzir os altíssimos índices de assassinatos nas ruas da Grande Fortaleza

Todos os dias, nas ruas de Fortaleza e Região Metropolitana, cinco armas de fogo, em média, saem de circulação. Somente nos sete primeiros meses do ano, um total de 1.223 - a maioria revólveres e pistolas - foram apreendidas por policiais militares nas mãos de bandidos ou encontradas abandonadas após a fuga de marginais.                                                                                          

"Desde maio último, temos orientado as equipes a fazer mais abordagens e, com isso, além do maior número de apreensões, conseguimos reduzir os índices de criminalidade na Grande Fortaleza", destaca o comandante do Ronda, coronel PM Werisleik Ponte Matias.

Abordar

Ainda lamentando o episódio que envolveu um dos policiais da tropa - "mas que está sendo apurado com a devida atenção", ressalta - o comandante enfatiza que, desde que as equipes passaram a fazer mais abordagens, o Ronda passou a ser responsável por 90 por cento das apreensões de armas de fogo nas ruas da Capital.

"A diminuição de assaltos e de homicídios está diretamente relacionada às apreensões das armas, já que, a prevenção realizada pela Polícia inibe o chamado ´homicídio eventual´, que é o responsável pelo maior número de mortes, como também, dificulta a execução do chamado homicídio planejado", explica o oficial da PM.

O coronel Werisleik assumiu o comando do Ronda do Quarteirão em meados de maio, mês que mais registrou apreensões, neste ano. Ao todo, 211 armas. Em seguida, ficou fevereiro, com 188 apreensões. Logo depois vêm março, abril, janeiro e julho, com 185, 166, 162 e 157 registros, respectivamente.

Em julho último, segundo o comandante do Ronda, as apreensões refletiram em uma redução de mais de 11% no índice de homicídios, em relação ao ano passado. Ainda de acordo com o coronel, baseado em dados obtidos junto a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), "o bairro da Parangaba já está há mais de 40 dias sem registro de homicídio".

A média de armas apreendidas em Fortaleza e na sua região metropolitana, por mês, por policiais do Ronda, tem sido de 174. No ranking das armas encontradas nas mãos de bandidos, o revólver de calibre 38 continua sendo o mais comum, embora não seja difícil o registro de apreensão de armas de grosso calibre e pistolas de uso exclusivo das forças de Segurança Pública (como a pistola Ponto 40) e algumas de uso privativo das Forças Armadas (como a de calibre 45, por exemplo).

Muitas vezes, têm ocorrido flagrantes de adolescentes com armas de fogo. Em matéria publicada pelo jornal no mês de março, uma estatística revelava que, de janeiro a dezembro do ano passado, mais de 540 armas de fogo tinham sido encontradas nas mãos de menores de idade. Somente nos dois primeiros meses deste ano, o número já chegava a 89.

Outras

Mas, além do incremento das abordagens feitas pelas equipes do Ronda do Quarteirão, outras unidades consideradas ´especiais´ da Polícia Militar têm também se destacado no confisco de armas de fogo que circulavam ilegalmente nas ruas da Grande Fortaleza.

O trabalho que vem sendo realizado nos últimos anos pelo grupo Raio (Grupo de Ações Intensivas e Ostensivas) vem obtendo constante sucesso e obtendo o reconhecimento da opinião pública. Hoje, o grupamento, comandado pelo major PM Márcio Oliveira, que foi o fundados da equipe, já soma cerca de 80 policiais, que se dividem em patrulhas. Cada uma delas responsável pelo trabalho de vigilância e abordagem nos quatro cantos da Grande Fortaleza, especialmente, no período noturno. As equipes conseguem se deslocar rapidamente para os locais de ocorrências, neutralizando as fugas dos bandidos.

Também as patrulhas do Comando Tático Motorizado (Cotam), Canil e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), todas pertencentes ao Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque) seguem à orientação do comando da unidade e vêm desarticulando o crime organizado.

Crimes

De janeiro a julho, nada menos que 1.021 assassinatos foram registrados na Grande Fortaleza e destes, cerca de 90 por cento foram praticados com o uso de armas de fogo.

Diante desse quadro, a Polícia Militar, por determinação do seu comandante-geral, coronel William Alves Rocha, determinou o aumento no número de abordagens.

Em uma das áreas consideradas mais violentas da Capital, o trabalho da Polícia tenta inibir a ação de criminosos. Trata-se do Grande Bom Jardim, onde estão inseridas comunidades dominadas pela ação dos traficantes de drogas. Ali, as execuções sumárias atingem, principalmente, adolescentes e jovens dependentes químicos. Por não pagarem a droga que consumiram, acabam sendo executados.

Estatística

Um levantamento feito pela Reportagem, indicou que, somente no bairro Bom Jardim 48 pessoas foram assassinadas este ano. Na Granja Portugal são 19 casos. Outros 25 homicídios ocorreram no Canindezinho. Já na Granja Lisboa no Siqueira 17 pessoas foram assassinadas. No total, já são 113 pessoas mortas no ´Território da Paz´.

Vítimas

1.021 homicídios aconteceram na Grande Fortaleza nos sete primeiros meses de 2010. A estatística feita pelo jornal aponta as áreas mais críticas em relação à insegurança na RMF

FERNANDO RIBEIRO/NATHÁLIA LOBO
EDITOR/SUBEDITORA


FONTE:  http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=832131

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