PM que prendeu torcedores diz sofrer ameaças

2/9/2010

Até a próxima semana, a Polícia Civil vai concluir o inquérito sobre armas e drogas achadas na sede da torcida Cearamor

O sargento da Polícia Militar José Walter de Andrade Júnior, 41, procurou a Polícia Civil para prestar uma queixa, na tarde do último dia 30, denunciando que foi vítima de ameaças por telefone. Segundo o policial, um homem ligou de um telefone público, sem se identificar, por volta das 15 horas do dia 28 deste mês, dizendo: "Rapaz, você mexeu com gente grande, eu sei todos os seus passos e de sua família".

Em seguida, o desconhecido teria desligado o telefone. Temendo que algo acontecesse aos seus familiares, o sargento da PM foi até o 34º DP (Centro) e fez um Boletim de Ocorrência, relatando o que havia acontecido. Walter foi um dos policiais que participaram da operação realizada no último dia 14 de agosto e que resultou na apreensão de drogas e armas dentro da sede da torcida organizada Cearamor, em Porangabuçu.

José Walter esteve com a equipe do 34º DP na sede da torcida, novamente, no último dia 23, acompanhados de peritos criminalistas e da Imprensa. Naquele dia, eles realizaram uma constatação de local de crime. Foi mostrado ao perito Rômulo Costa onde e como o material ilícito foi apreendido. O trabalho do técnico da Pefoce durou cerca de uma hora e foi acompanhado pelo delegado Aurélio Araújo, do 34º DP.

Argumentos

Naquela ocasião, na saída da sede da Cearamor, o sargento Walter desabafou. "Contra fatos não há argumentos". O militar disse também caber aos acusadores (diretores da Cearamor) provar a acusação de que uma quantia em dinheiro, aproximadamente R$ 15 mil, havia sumido do local durante a ação policial.

Procurado pela Reportagem, o delegado Aurélio não confirmou a informação, obtida com exclusividade pelo jornal. "Estamos evitando falar sobre o caso, no momento, enquanto as investigações e diligências ainda estão em andamento", disse.

O delegado adiantou apenas que na próxima semana estará encaminhando o procedimento à Justiça. "Isso deve ocorrer, no máximo, na quarta-feira, dia 8". O delegado ainda aguarda a chegada de alguns laudos e deve ouvir novos depoimentos sobre drogas e armas na Cearamor.


FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=843783