terça-feira, 27 de abril de 2010

Protesto: Documento gera paralisação na PM

Inconformados com as condições de trabalho, PMs aproveitaram um comunicado do Comando Geral e paralisaram os trabalhos durante boa parte de ontem. Oito das 11 companhias de Fortaleza e Região Metropolitana não funcionaram


     27 Abr 2010 - 01h22min

A Polícia Militar cruzou os braços, ontem, em Fortaleza e Região Metropolitana. Das 11 companhias que fazem o policiamento da Capital e cidades vizinhas, oito paralisaram as atividades. A maior adesão foi do Programa Ronda do Quarteirão, mas parte do Policiamento Turístico (PMTur) e do Batalhão de Choque interrompeu o expediente.

As tropas recusaram-se a sair das companhias por indícios de irregularidades na documentação das viaturas. Batizado de ``Polícia Legal``, o movimento começou depois da emissão de um boletim emitido pelo próprio Comando da PM.

O POVO teve acesso ao documento, que tratava da necessidade das viaturas terem o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) - uma determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Contudo, para os PMs, foi a maneira de utilizar um argumento da chefia para deflagrar uma ``greve branca`` justo num momento de tensão da segurança pública. No domingo, eles haviam realizado a operação ``Tolerância Zero``.

O POVO visitou todas as companhias. O clima era de tensão e os policiais não largavam os telefones.
Davam recomendações uns aos outros sobre a manutenção do protesto. ``Nenhum carro aqui tem isso (CRLV) e, agora, querem que a gente se responsabilize. Como eu vou parar um cidadão e exigir documentação se nem eu tenho?``, indagou um PM.

O ``Polícia Legal`` começou cedo. Iniciou por Caucaia, onde as viaturas do Ronda do Quarteirão e do policiamento comum estacionaram em frente à 2ª Companhia do 6º Batalhão às 6 horas. Durante todo o dia, a cidade ficou sem cobertura feita por automóveis. Alguns PMs atuaram a pé. Ensaiou-se uma normalização dos veículos somente no começo da noite.

Perfil similar ao que aconteceu na 2ª (Messejana), 4ª (Tancredo Neves), 6ª (Antônio Bezerra) e 7ª (Parangaba) companhias do 5º Batalhão, e na 1ª (Maraponga), 3ª (Maracanaú) e 4ª (Conjunto Ceará) companhias do 6º Batalhão.

Equívoco?

O relações públicas da PM, major Marcos Costa, atribuiu a articulação dos policiais a uma interpretação errada do boletim. Segundo ele, outro documento precisou ser enviado às companhias para estancar a paralisação. ``Os motoristas entenderam que eles seriam responsabilizados. Mas expusemos que o responsável pelo CRLV será o encarregado pelo material de cada companhia. Nenhum PM será punido por conta disso``.

Segundo ele, as viaturas eram dispensadas do licenciamento. Contudo, agora, o Governo considerou que há a necessidade dos veículos portarem o certificado. ``Amanhã (hoje), todas devem estar com essa documentação e tudo se normaliza``, previu.

 (Colaborou Thiago Paiva)

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