quinta-feira, 29 de abril de 2010

Após a ´greve branca´, PMs passam a sofrer retaliações

Um dia após o fim da ´greve branca´ realizada por policiais militares da Capital e Região Metropolitana, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) iniciou uma retaliação contra os ´grevistas´. Pelo menos 32 PMs, entre oficiais e praças, foram sumariamente transferidos para o Interior do Estado, sem direito a qualquer explicação. Destes, 29 pertenciam ao Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque), uma das unidades que apresentaram maior volume de adesão ao movimento por melhores salários e condições de trabalho.



A medida foi oficializada no fim da tarde passada, quando o Comando da corporação publicou o Boletim do Comando Geral (BCG) de número 076, relativo ao dia 27/04/2010. Entre os PMs transferidos para o Interior figuram dois oficiais que vinham atuando firmemente no movimento em favor da tropa, os majores Adrianízio Paulo de Oliveira Alves, que exercia o comando do Presídio Militar; e Francisco Teófilo Gomes Costa, que atuava como supervisor no Comando do Policiamento da Capital (CPC).

Ouvido pela reportagem, o major PM Adrianízio Paulo Alves, classificou sua transferência para o 1º BPM (Russas) como uma "injustiça e retaliação", pois, segundo ele, em novembro passado já havia sido transferido sumariamente da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) para o Presídio Militar, simplesmente por questionar o não pagamento de adicional noturno para os PMs que atuam durante toda a noite naquele órgão.

A transferência dos PMs para o Interior poderá provocar novos desdobramentos no movimento iniciado pelos militares no fim de semana passado, quando eles deflagraram a ´Operação ´Tolerância Zero´ e as mulheres dos praças fecharam o quartel do BpChoque. A SSPDS não comentou o fato.

NA CIOPS

Punições começaram contra sete operadores

Sete policiais militares, que trabalhavam como operadores de rádio na Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), foram os primeiros a serem punidos pela SSPDS desde o início do movimento ´Tolerância Zero´. Os sete militares agora estão respondendo a Inquérito Policial Militar (IPM) e a sindicância na Corregedoria Geral dos Órgãos da Segurança Pública (CGOSP), correndo o risco de serem expulsos da corporação definitivamente.

À tarde, o governador se reuniu com o secretário da Segurança Pública, Roberto Monteiro; e com os
comandantes da Polícia Militar, coronel William Alves Rocha; e do Corpo de Bombeiros Militar, coronel João Vasconcelos Sousa.

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